sábado, 29 de maio de 2010

Nossa, quanto tanto sem atualização! Para se ter uma idéia do que houve nesse ínterim, conclui minha graduação em Biblioteconomia e dei início aos preparativos do meu casamento. Uhu! Sempre em movimento... rsrsrs

Hoje cá estou para fazer um breve relato de uma mudança que eu considero um tanto engraçada. Bom, há uns dias estava assistindo ao filme
O Procurado (Wanted), com o onipresente Morgan Freeman, a óbvia Angelina Jolie e o surpreendente James McAVoy no elenco, e me dei conta de que nos últimos tempos minha resistência a "produções testosterona" tem diminuído. Nada de histórias românticas e belíssimos dramas. Tenho preferido a adrenalina e as enganações das estripulias mirabolantes a lágrimas e sensações edificantes.

Amo a trilogia Bourne, estrelada por Matt Damon, que é composta dos títulos A identidade Bourne, A supremacia Bourne e O ultimato Bourne. Nenhum deles fica devendo quanto a seqüências de ação fantásticas e muito bem feitas.

E o que dizer do "expressivo" Jason Statham, que faz uma única cara em todos os seus filmes e diverte ao atuar em cenas de luta nas quais você não é capaz de acreditar que possam existir? Adoro! Ele também tem uma trilogia sensacional, cujo título é Carga Explosiva, além de outras produções em sua filmografia.

Nunca prestei atenção naquela série Velozes e Furiosos. Um dia desses estava passando o número não sei qual (um que se passa no Japão) e acabou que assisti a um bom pedaço do fime sem me sentir entediada. Só não assisti a tudo porque tinha que sair. Mas confesso que me deu vontade de terminar de ver em outra oportunidade.

Caraca! E o que dizer daquele filme que conta a história do Wolverine?! Muito bacana, hein?!

É, quem te viu, quem te vê! Abra a cabeça, mulherada.

Fui!

Obs: James McAvoy vai interpretar o querídissimo professor Xavier da saga mutante em uma produção que contará como ele e Magneto se tornaram rivais.

domingo, 19 de julho de 2009

Minha identidade secreta... revelada

Fiquei um tempo sem atualizar o blog pois estava super atarefada com os trabalhos de final de semestre da faculdade. Ufa, estou aliviada com essas tão esperadas e merecidas férias! E uma das pautas de meu interesse (e para a qual não sobrava tempo) era sobre um cara cujos trabalhos são sensacionais e apaixonantes. Independente do que faça. Basta ouvir um rumor sobre ele que já fico alvoroçada. Quem é? Refiro-me ao cineasta brasileiro Fernando Meirelles.


FILMOGRAFIA


Quem me conhece sabe que meu sobrenome não é Meirelles. Agora muitos entenderão o por quê. Tudo começou com um longa lançado em 2002. Até essa época, filme nacional bom para mim eram os antigos dos Trapalhões. De qualquer maneira, nunca um filme brazuca tinha chamado tanto a minha atenção quanto aquele. Fiquei estupefata! Desde o momento em que assisti a Cidade de Deus, impressionou-me a forma como Meirelles conduz histórias densas e trágicas. Suas produções não são lisas e rasteiras. Pelo contrário, são repletas de nuances e significados. Os conflitos envolvendo os personagens possibilitam reflexões profundas a respeito do que é ser humano. Reflexões potencializadas pelo fato de os personagens vivenciarem situações trágicas, embora a esperança da mudança, da justiça e de dias melhores seja latente. Até mesmo a maneira como Meirelles dirige uma determinada cena é um aspecto relevante em seus trabalhos.


Na seqüência inicial de Cidade de Deus, o adolescente Buscapé é obrigado por Zé Pequeno (outrora Dadinho) a agarrar uma galinha em disparada. Ao vê-la se aproximando, Buscapé se abaixa e então a câmera dá um giro de 360° e o mostra na mesma posição, só que há alguns anos, quando, criança, jogava uma partida de futebol atuando como goleiro. Lembro-me de ter ficado maravilhada com esse recurso que costumava assistir em produções de inventivos diretores estrangeiros, como David Fincher (outro mestre). A partir daí, a trajetória de ambos é contada e levanta-se a seguinte questão: A pobreza é necessariamente ponto de partida para a criminalidade?


Em O Jardineiro Fiel, a ética na milionária indústria farmacêutica surge em contraponto à miséria de milhões de africanos que são submetidos à condição de cobaias humanas. É emblemático um plano em que os ricos executivos de uma empresa jogam uma partida de golfe e um “travelling” mostra que a poucos metros do luxuoso local existe uma favela sem infra-estrutura e insalubre. Essa atmosfera contraditória é, curiosamente, pano de fundo para a história de amor de duas pessoas de personalidades distintas: o acomodado Justin e a engajada Tessa. O desenvolvimento da história é comovente, pois o diplomata só compreende as atitudes inapropriadas e desafiadoras da esposa ao investigar a sua morte e só dá vazões a seus sentimentos e se permite expressá-los ao perceber o quão intenso é aquele amor, embora tenha tido pouco tempo de vivê-lo.


Duas cenas explicitam a transformação da personalidade de Justin. Em uma seqüência, ele recusa o pedido da esposa para dar carona a um garoto que andaria quilômetros para chegar em casa. Ele justifica que há muitos garotos como aquele e que não poderia ajudá-lo, pois se assim fosse, teria a obrigação implícita de ajudar a todos. Inconformada, Tessa replica que não é necessário ajudar a todos: fazer a diferença na vida de uma pessoa, mas fazer algo, é o bastante. Numa segunda seqüência, quase no fim do filme, uma garota foge de um extermínio em uma tribo local em direção ao avião no qual Justin está. Ele pede a um homem que não decole e que diminua a velocidade para que possa resgatar a criança. O homem se recusa e Justin imediatamente retruca a mesma resposta que outrora havia recebido de Tessa. Infelizmente, só lhe resta observar o diminuto ser, cada vez menor com o distanciamento do avião. O sentimento de conformismo dá lugar aos de impotência e de culpa.


A máxima “Em terra de cego quem tem olho é rei” não se aplica a Ensaio sobre a Cegueira. Na história, a única pessoa que não perde a visão é, ironicamente, a mulher de um oftalmologista. E o que poderia ser uma condição de superioridade se transforma em um verdadeiro martírio quando ela se vê responsável por ensinar a todos os confinados em uma ala de um hospital psiquiátrico as dimensões e as possibilidades de percepção daquele novo mundo. Uma cena de forte impacto e que me causou repulsa e indignação é aquela em que as mulheres dessa ala se oferecem para serem abusadas sexualmente, pois somente assim conseguirão comida para todos para aquele dia. Os limites da razão perdem espaço para o instinto da sobrevivência. Pessoas que se vêem diante de extremos.


MISSÃO


O que seria do ser humano, considerado o ser racional, se cada um não tivesse um propósito em sua vida? Bom, ele simplesmente “existiria”, condição que o permite apenas ver passar um dia após o outro e não ter a possibilidade de ser um agente transformador de sua realidade. Assim, as rédeas da sua vida não seriam controladas por ele mesmo e sim por fatores que independem de sua própria vontade. Ora, todos nós contamos com um dedinho da sorte ou do acaso, que “inexplicavelmente” nos concedem oportunidades. Mas, imagino, o quão frustrante seria se a sorte e o acaso fossem os únicos a nos tomar pelas mãos e a limitar as experiências as quais podemos viver. A imaginação abre portas para que possamos idealizar aquilo que desejamos e que queremos que aconteça. Se de fato nossos planos sairão do âmbito da idealização cabe a cada um de nós ousar e colocá-los em prática. O êxito é incerto, mas ao menos saberemos que algo foi feito em prol da nossa felicidade. Aquilo que fazemos define nosso caráter e, mais do que isso, nossa identidade. E é ela que nos diferencia uns dos outros. O segredo é fazer. Que dê certo ou que dê errado, não importa. Baseamo-nos nas experiências alheias e as tomamos como parâmetros para nossas próprias vidas, pois é mais fácil sentar, cruzar os braços e deixar que a inércia e o conformismo nos impeçam de tentar. Adoro a frase: “Não sabia que era impossível, foi lá e fez”.


Os personagens de todas essas histórias me marcaram. Emociono-me cada vez que vejo cada uma dessas produções pela sensibilidade com que Fernando Meirelles as conduz. Seja por desejar uma vida melhor, por fazer justiça ou pelo puro instinto de sobrevivência, essas pessoas souberam transpor o simples existir. Viveram dores, tragédias, dificuldades, perdas, mas em nenhum momento deixaram de fazer aquilo que acreditavam que precisava ser feito.


SOM E FÚRIA


Gostaria muito de falar com propriedade da aguardadíssima minissérie exibida pela Rede Globo, cuja direção geral é de Meirelles. Só que não tenho conseguido acompanhá-la. Resta esperá-la ser lançada em DVD.


CONFISSÃO


Esse post seria composto de material totalmente inédito. Só que ao começar a escrever, lembrei-me de um trabalho de faculdade em que deveria falar sobre um produto cultural que tenha sido importante e representativo na minha vida e influenciado minha visão de mundo. Como o trabalho escrito foi apresentado apenas para o querido professor Casal, achei interessante compartilhar com vocês o que eu havia feito.


Espero que tenham gostado e que tenham interesse em se enveredar pelo universo fantástico de Fernando Meirelles. Para conhecê-lo um pouco mais, leiam Fernando Meirelles: biografia prematura, de Maria do Rosário Caetano, de 2005.


Beijos e até a próxima!


Maria Silva, o c*! Meu nome é Maria Meirelles, porra!


Desculpem a boca suja. Não resisti ao trocadilho infame. rsrs